No Dia do Psicólogo (27 de Agosto), tive o privilégio de realizar uma palestra sobre “A Importância da Saúde Física e Mental” para os alunos do curso de psicologia da Faculdade Esamc de Uberlândia-MG. Falar sobre esse tema é sempre um desafio, especialmente quando preciso transitar entre meu papel de psicóloga e minha experiência como paciente que sobreviveu a um episódio de trombose e convive com várias doenças crônicas. A experiência trouxe uma perspectiva única sobre a interconexão entre corpo e mente, e acredito que essa visão é crucial tanto para futuros profissionais de saúde mental quanto para qualquer pessoa em busca de uma vida mais equilibrada.
A Conexão Entre Corpo e Mente
A ideia de que corpo e mente estão interligados não é novidade, mas vivenciar isso na pele — ou nas veias, no meu caso — muda completamente a forma de encarar essa realidade. Após sobreviver a um episódio de trombose, comecei a perceber como meu estado emocional afetava diretamente minha recuperação física, e vice-versa. A ansiedade, o medo de novas complicações e o estresse constante não apenas dificultavam meu bem-estar mental, mas também retardavam meu progresso físico.
Falar sobre essa interconexão é fundamental. Não é apenas uma questão de tratar a mente para melhorar o corpo ou vice-versa; é reconhecer que um não pode estar plenamente saudável sem o outro. Para os alunos de psicologia, que em breve estarão atuando como profissionais, entender essa relação é vital para oferecer um cuidado holístico aos pacientes.
O Desafio de Ser Profissional e Paciente
Transitar entre ser a profissional que orienta e a paciente que enfrenta desafios diários é uma dança delicada. Em muitos momentos, precisei lembrar que o mesmo conselho que dou aos meus pacientes — como a importância de cuidar de si, manter a calma e ser resiliente — também se aplica a mim. É fácil esquecer de aplicar a teoria na prática quando você está do outro lado da mesa, mas essa experiência me tornou uma profissional mais empática e, espero, mais eficaz.
Durante a palestra, usei meu exemplo pessoal para ilustrar como é possível encontrar força mesmo nas situações mais adversas. Por mais que eu tenha brincado dizendo que “se o corpo fosse um carro, eu já teria trocado todas as peças”, o humor ajuda a lidar com a gravidade da situação sem perder a leveza necessária para continuar lutando.
A Importância da Resiliência
A resiliência não é apenas uma palavra bonita para se colocar em palestras motivacionais; é uma habilidade que todos precisamos cultivar. Ao enfrentar a trombose e aprender a conviver com doenças crônicas, a resiliência foi minha maior aliada. Não se trata apenas de “aguardar que a tempestade passe”, mas de aprender a dançar na chuva — e, às vezes, rir das poças que inevitavelmente aparecem no caminho.
Incentivar a resiliência em pacientes é uma tarefa que todos os profissionais de saúde mental devem abraçar. Precisamos ajudar as pessoas a entender que, embora nem sempre possamos controlar o que nos acontece, podemos sempre controlar como reagimos a isso.
Para Reforçar
A saúde física e mental não são entidades separadas; elas se alimentam e influenciam mutuamente. A experiência de ser psicóloga e paciente me ensinou que tratar a mente sem considerar o corpo — ou o corpo sem considerar a mente — é como tentar caminhar com uma perna só. Para aqueles que, como eu, enfrentam condições crônicas de saúde, essa compreensão pode ser a chave para uma vida mais equilibrada e significativa.
Compartilhar essas reflexões com futuros psicólogos na Faculdade Esamc foi não apenas uma honra, mas uma oportunidade de plantar sementes que, espero, florescerão em suas futuras práticas. E se há algo que aprendi nessa jornada, é que cuidar de si mesmo é o primeiro passo para poder cuidar bem dos outros.
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bjos
Thalita Mara