Os Ganhos Secundários do Adoecimento: Uma Reflexão sobre Prioridades e Autocuidado
O tema dos “ganhos secundários do adoecimento” levanta questões intrigantes sobre as dinâmicas psicológicas e emocionais associadas à experiência da doença. Este artigo explora dois exemplos comuns desses ganhos e, ao mesmo tempo, questiona a necessidade de priorizar a atenção pessoal e o autocuidado apenas em momentos de enfermidade.
Ganhos Secundários: A Atenção e o Cuidado Durante a Doença
O primeiro exemplo de ganho secundário aborda a atenção que recebemos quando estamos doentes. Durante a convalescença, é comum experimentar um aumento na atenção e carinho das pessoas ao nosso redor. Este momento, em teoria, deveria ser um período de cuidado mútuo e acolhimento.
O segundo exemplo destaca a oportunidade de se permitir ser passivo, daí o termo “paciente”. Em meio à fragilidade física e emocional, muitas vezes somos mais receptivos ao cuidado, à aceitação de nossas limitações e à busca pelo autocuidado.
Reflexão Crítica: há Necessidade de Adoecer para Cuidar de Si Mesmo?
No entanto, surge uma reflexão crucial: será realmente necessário adoecer para dar atenção a nós mesmos, cuidar do nosso interior e receber carinho e atenção dos outros? Igualmente, será preciso estar doente para fazer pausas essenciais na agitação da vida, permitindo-se ser cuidado, amado e acariciado?
A redundância na expressão “ganhos secundários” destaca a natureza secundária dessas experiências em relação ao processo de adoecimento. A atenção e o autocuidado tornam-se secundários, um “ganho” que só ocorre após a perda inicial.
O Desafio da Aceitação e a Persistência no Segundo Lugar
Embora existam benefícios psicológicos em enxergar o lado positivo do adoecimento, é importante questionar a persistência em aceitar e permanecer no segundo lugar. Os ganhos secundários, embora compreensíveis como mecanismos de sobrevivência em adversidades, podem nos deixar à margem da plenitude e da verdadeira priorização do autocuidado.
A Vitória como Merecimento Pós-Adoecimento
Ao concluir, é crucial reconhecer que os ganhos secundários do adoecimento são complexos e muitas vezes inevitáveis. No entanto, é ainda mais fundamental buscar uma abordagem proativa em relação ao autocuidado e à atenção pessoal, independentemente do estado de saúde. A vitória merecida está em encontrar um equilíbrio que permita priorizar a si mesmo, não apenas como uma resposta à doença, mas como um compromisso contínuo com o bem-estar e a plenitude.
Como podemos abandonar a TRAGÉDIA e mirar no TOPO? Já pensou sobre isso?
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Um beijo e um queijo.
Thalita Mara