Os anticoagulantes desempenham um papel crucial na prevenção da formação de coágulos sanguíneos, ajudando a manter a fluidez do sangue e prevenindo complicações graves. Contudo, é fundamental compreender as interações que esses medicamentos podem ter com outros fármacos e substâncias, para garantir um tratamento seguro e eficaz. Neste artigo, vamos explorar as peculiaridades das interações medicamentosas, focando especialmente na Varfarina e na Rivaroxabana.
Varfarina: Gerenciamento Cauteloso para Manter o Equilíbrio
A Varfarina, um anticoagulante amplamente utilizado, apresenta um índice terapêutico estreito, demandando atenção constante para manter a Razão Normalizada Internacional (INR) dentro da faixa ideal. Diversos medicamentos interagem com a Varfarina, podendo potencializar ou inibir seus efeitos. Entre esses, destacam-se a eritromicina, ciprofloxacino, citalopram, fluconazol e omeprazol, que podem alterar a eficácia da Varfarina. Além disso, substâncias como barbituratos, carbamazepina, e mesalazina podem diminuir seus efeitos. É crucial ressaltar que a anticoagulação requer controle rigoroso quando associada a fitoterápicos, outros medicamentos, e alimentos ricos em vitamina K, como fígado, vegetais crus, e alguns cereais (TERRA-FILHO et al., 2010).
Rivaroxabana: Uma Alternativa com Menor Risco de Interações
A Rivaroxabana, um inibidor direto oral do fator Xa, apresenta uma posologia única diária. Atua ligando-se ao centro ativo do fator Xa, prevenindo sua habilidade de converter protrombina em trombina, um processo essencial na coagulação sanguínea (GRILLO; MIRANDA, 2014). Diferentemente da Varfarina, a Rivaroxabana possui um baixo risco de interações medicamentosas. Além disso, destaca-se por não ostentar quaisquer interações com alimentos ou variações farmacológicas do pH gástrico (SILVA, 2012).
Vigilância Constante e Comunicação com o Médico
Independentemente do anticoagulante utilizado, é imperativo que os pacientes estejam atentos aos sinais de sangramento e hemorragia. Isso inclui sangramento gengival, presença de sangue na urina e fezes, bem como o surgimento de hematomas espontâneos. Qualquer ocorrência fora do comum deve ser prontamente comunicada ao médico responsável, proporcionando uma abordagem proativa para ajustes no tratamento. Além disso, a leitura cuidadosa da bula é fundamental para entender possíveis interações e garantir um uso seguro do medicamento.
Prevenção
O uso de anticoagulantes, como Varfarina e Rivaroxabana, é uma ferramenta valiosa na prevenção de eventos tromboembólicos. No entanto, a gestão cuidadosa desses medicamentos é essencial, especialmente quando se consideram as potenciais interações com outros fármacos e substâncias. Pacientes e profissionais de saúde devem trabalhar em conjunto para garantir um tratamento eficaz, minimizando riscos e proporcionando uma qualidade de vida ótima para aqueles que dependem desses medicamentos essenciais.
Se quiser se aprofundar mais sobre o assunto pode consultar os artigos abaixo:
GRILLO, T. A.; MIRANDA, R. C. Os novos anticoagulantes orais na prática clínica. Rev Med Minas Gerais, v. 24, p. 87-95, 2014
SILVA, P. M. Velhos e novos anticoagulantes orais. Perspetiva farmacológica. Rev Port Cardiol., v.31, p. 6-16, 2012.
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Super beijo
Thalita Mara
2 respostas
Bom dia achei muito produtivo essas informações, mas preciso de um concelho, tenho tromboflebite, fui internada 2 vezes de abril pra com diagnóstico de trombose, tomo rivaroxaba, agora preciso extrair 2 dentes, como devo proceder por conta da hemorragia que todo mundo fala?
Oiee! Que bom que gostou. Ajude a compartilhar 🙂
Sobre a extração dos dentes, geralmente hemorragia na boca não é grave e é controlada com pressão do local. O dentista é preparado para fazer esse manejo. No entanto, você deve conversar com o dentista antes do procedimento e mencionar que faz uso do medicamento, ele pode solicitar a interrupção do anticoagulante por alguns dias. No caso da varfarina, geralmente é 4 dias, rivaroxabana acredito ser menos dias. Então você conversa com seu médico sobre essa interrupção e faz o procedimento tranquila. Nos dias sem o medicamento é importante se hidratar bastante, ou seja, beber bastante água e seguir as outras orientações do seu médico, como uso de meias compressivas. É tranquilo e não precisa ter medo. Beijos.